Umbanda

A nossa amada e odiada religião é sincretizada ou trabalha-se com vários elementos; inclusive outras religiões como o espiritismo, religiões afro-brasileiras e a religiosidade dos indígenas.

A Umbanda para ser praticado é preciso ter um local de culto que podemos chamar de terreiro ou templo para que os nossos umbandistas possam realizar os seus trabalhos aos orixás ou guias espirituais que se denominam a Gira (sessão).

As sessões de Umbanda são divididas em: sessão de desenvolvimento e de consulta. 
Na sessão de desenvolvimento, os sacerdotes (pai-de-santo ou mãe-de-santo) educam e ensinam os médiuns os mecanismos sobre a mediunidade.
 Já na sessão de consulta, as pessoas conversam com os guias a fim de encontrar uma ajuda, receber conselhos ou obter curas, descarrego ou problemas espirituais.

                                

O médium

É a pessoa que tem a capacidade de se comunicar com os espíritos desencarnados ou guias espirituais através da incorporação, da vidência ou da psicografia.

Para chegar a esse ponto devemos se preparar através do estudo, desenvolver a mediunidade, respeitar a elevação moral e espiritual, tiver a aprendizagem e a prática da Umbanda.

Nossos médiuns devem ter sempre o compromisso e encarar sempre como uma oportunidade valiosa para praticar o bem e a caridade, mas infelizmente nossos médiuns acabam desrespeitando o seu verdadeiro papel que lhe foi dado e acabam atraindo e trabalhando com as forças negativas ou obsessores que vagam pelo mundo espiritual.

Então, os nossos médiuns devem sempre levar a sério a sua missão, ter muito amor e dar valor ao que faz e ter sempre a boa vontade nos seus trabalhos do terreiro. O médium deve sempre tomar os banhos de descarrego de acordo com os seus guias ou orixás e também utilizar sempre as vestes limpas para representar a simplicidade e a humildade.

Agora eu vou citar alguns fundamentos ou regras da Umbanda que devem ser seguidos e respeitados dentro dos terreiros pelos médiuns:

·      Ter a consciência da existência de Deus.

·    Obedecer todos os valores ensinados como a fraternidade, a caridade e o respeito ao próximo.

·      Cultuar os orixás como uma força divina da natureza.

·      Respeitar a incorporação dos Guias para exercer o trabalho espiritual.

·      Crer na imortalidade da alma e na reencarnação

·     Ter uma regra ou conduta moral e espiritual para dirigir os trabalhos do local (terreiro).

·       Crer e respeitar que o mediunismo é uma forma de contato entre o mundo físico com o mundo espiritual.

As Sete Linhas da Umbanda

A Umbanda é dividida em linhas cada uma delas com um chefe ou um Orixá que a comanda. E cada linha é dividida em falanges.

As linhas representam os grupamentos dos Orixás e suas falanges que atuam dentro da Umbanda.

Não existe uma definição dentro da Umbanda. Assim existem diversas representações das Sete linhas, e em algumas correntes, já citam a possibilidade de existirem não 07, mas 09 linhas ou mesmo 14 linhas.

Existe um consenso de 05 linhas fixas (Oxalá, Xangô, Ogum, Iemanjá e Oxossi) e 02 linhas variáveis que serão ocupadas de acordo com os fundamentos doutrinários da Umbanda.

Linha

Linha de Oxalá representa a fé. As falanges que trabalham nessa linha são os Preto-Velhos, Caboclos e Crianças.

Linha de Iemanjá representa a geração. As falanges que trabalham nessa linha são os Marinheiros, Sereias e Ondina.

Linha de Xangô representa a razão. As falanges que trabalham nessa linha são os Caboclos e Baianos.

Linha de Ogum representa o equilíbrio. Todos os guias podem trabalhar nessa linha.

Linha de Oxossi representa o raciocínio. As falanges que trabalham são os Caboclos, Boiadeiros e Baianos.

Linha de Omulu representa a maternidade. As falanges que trabalham nessa linha são os Preto-Velhos, Exús e Pomba-Gira.

Linha das Almas representa a paz. A falange que só eles podem trabalhar com as almas são os Preto-Velhos.

O que é Ponto Cantado?

É a representação cantada pela força do Guia, do Orixá ou de um trabalho. Com o ponto cantado seguramos a irradiação e sustentamos todo o trabalho. O atabaque (toque) e o canto têm o poder de realizar trabalhos de magia branca ou de desfazer muitos trabalhos (rituais de magia negra) apenas com a irradiação da vibração desses elementos.

O ponto cantado pode ser considerado como uma forma de música para dar força ao Guia ou Orixá dando a sustentação para o trabalho e vibração para a Gira. Ele tem a mesma importância do ponto riscado, mas a diferença que a vibração é constante enquanto estamos cantando os cantos Umbandistas que se propaga no mundo astral de uma forma tão densa e intensa de quem realiza os trabalhos para que possa quebrar as demandas do terreiro.

Quando estamos cantando para os Guias ou Orixás estamos chamando suas forças para mais próximo da gente, e isso faz com que possamos nos alimentar da sua energia astral e assim renovaremos a nossa energia também.

Quando batemos palmas nos terreiros não estamos só expressando a nossa alegria de está naquele lugar, também estamos fazendo com que a nossa energia circule em todo nosso corpo, pois encostaremos a energia positiva da mão direita com a energia negativa da mão esquerda e quando derem o “choque” na hora do contato a nossa energia explodirá em nosso campo energético fazendo com que as nossas energias se renovem cada vez mais.

Quando cantamos a nossa mente liga com a nossa Entidade ou com a divindade começando a chamar para que aquela determinada força possa realizar um determinado trabalho ou consulta no terreiro. É muito importante que nesse momento não haja interrupções nos pontos para que o toque não enfraqueça o trabalho que se realiza.

Então em resumo geral, o ponto cantado nos terreiros ou no tambor de mina é nada mais ou nada menos que uma vibração astral positiva para descarregar, renovar ou recarregar as energias, quebrar demandas, sustentar e realizar trabalhos acionando a ligação com o plano astral e as divindades.

Pontos Cantados para Abertura da Gira

Abertura da gira

·                                Bate cabeça

Filho de Umbanda

Bate cabeça

Filho de fé

·                                 Salve Xangô. Salve Iemanjá, Mamãe Oxum, Nanã.

Salve Cosme e Damião, Oxossi, Ogum e Oxumaré.

·       Tambor, tambor, tambor

Vai buscar quem mora longe;

Tambor, tambor, tambor

Vai buscar quem mora longe

Vai buscar Oxossi na mata,

Xangô lá na pedreira,

Iemanjá na beira d'água e,

Oxum na cachoeira.

·                                Vamos abrir a nossa gira com a licença de Oxalá.

           Vamos abrir a nossa gira com a licença de Oxalá